Há 84 anos atrás, no dia 28 de Fevereiro de 1928 ardeu a remise da Boavista.
É uma efeméride de grande importância, uma vez que os eléctricos eram aqui reparados e armazenados e esta era a sede da Companhia Carris de Ferro do Porto desde 1874. Ernst Kers refere que foram perdidos 23 eléctricos, 4 atrelados e 2 zorras, ficando também outros 6 muito danificados mas não perdidos.
Na sequência desta perda, a Companhia Carris de Ferro do Porto adquire nesse ano 10 dos famosos carros Belgas de 40 lugares, para poder dar uma resposta capaz à procura dos utentes do serviço de transportes. O relatório de contas refere também a construção de 20 carros e a renovação de outros 20, permitindo “…efectuar um muito maior número de carreiras (…) e uma muito apreciável diminuição de avarias.”
Foi construído também um novo edifício para servir como remise e oficina, com um total de 20 linhas de entrada. As 20 portas eram uma característica marcante do edifício. A capacidade de recuperação da Companhia Carris de Ferro do Porto foi notória, conseguindo ter uma receita positiva no fim do ano de 1928
A remise da Boavista foi usada como remise principal até 1988. Com a redução do serviço de carros eléctricos, Massarelos passou a ser a remise de serviço, ficando a da Boavista como um armazém de carros eléctricos não utilizados e preparada para serviços eventuais.
Em Agosto de 1999 a Remise da Boavista foi abandonada e demolida, para dar lugar à Casa da Musica.